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Este microbook é uma resenha crítica da obra: The brain: the story of you
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-85-8122-703-0
Editora: Rocco
A aparência do cérebro não condiz com seu grande poder. Ele tem a consistência de uma gelatina firme e aspecto enrugado. Só que todos os nossos sonhos, lembranças e experiências surgem dele. Todas as nossas vivências, de uma simples conversa de bar ao aprendizado de uma grande cultura, moldam o cérebro.
Neurologicamente falando, quem somos tem a ver com onde estivemos. O cérebro não para de mudar. Ele reescreve de forma constante os próprios circuitos. Como tudo o que vivemos é único, os padrões de nossas redes neurais são igualmente únicos. Como eles mudam constantemente, nossa identidade é um alvo móvel. Ela jamais chega ao ponto final.
Tudo o que somos está registrado nos padrões de descarga dos pulsos eletroquímicos do cérebro. Se essa atividade cessar, você também cessará. Se ela tiver seu caráter alterado, seja por lesão, seja por drogas, o seu caráter também mudará. É diferente de qualquer outra parte do corpo.
Quando nascemos, nossos neurônios são desorganizados e desconexos. Nos primeiros anos de vida, eles se conectam com alta velocidade à medida que recebem informações. Milhares de sinapses — conexões entre neurônios — se formam por segundo. Aos dois anos, temos mais de 100 trilhões de sinapses, nosso recorde. Esse é o auge.
A partir desse momento, nossos neurônios têm muito mais conexões do que o necessário. A essa altura, a produção de novas conexões diminui, graças a um “desbaste” natural. Conforme crescemos, metade de nossas sinapses são cortadas. Perdemos aquilo que não fortalecemos no cérebro. São as sinapses menos úteis.
Sua identidade se define por reafirmar as possibilidades que já estavam lá. Você se torna quem é não pelo que cresce no seu cérebro, mas sim pelo que é descartado. Durante a infância, o ambiente refina o cérebro, dando-lhe a forma necessária para assimilar aquilo a que fomos expostos. Ele forma menos conexões, mas elas são mais fortes.
Às vezes, temos a impressão de que a memória é um gravador de vídeo preciso de uma época. No entanto, sua dinâmica é diferente. Ela funciona mais como um estado cerebral frágil de uma época passada, que precisa ser ressuscitado para que você se lembre.
Você pode se lembrar de que esteve em um restaurante na festa de um amigo. Talvez você se recorde de cada pessoa que estava lá. Mas não saberá quais eram todas as roupas que estavam usando e suas cores ou o que estava nos pratos de cada um.
Isso acontece porque você tem um número finito de neurônios, que executam funções variadas. Cada um participa de constelações diferentes em momentos distintos. Sua lembrança do jantar de aniversário se desbota porque aqueles neurônios foram intimados a participar de outras redes. O inimigo da memória não é o tempo, e sim, outras lembranças. Cada acontecimento cria relações em um número finito de neurônios.
Quando estamos acordados, as ondas cerebrais se envolvem em trocas complexas. Como se fossem milhares de pessoas conversando em um estádio de futebol. Mas quando vamos dormir, é como se nosso corpo fosse desativado. E, naturalmente, presumimos que o cérebro também se desligaria.
Mas não é isso que acontece. Durante a noite ele é tão ativo quanto de dia. No sono, os neurônios só se coordenam de forma um pouco diferente, mais sincronizada e ritmada. É como se as pessoas do estádio fizessem uma “ola”. Assim, esses ritmos do cérebro definem quem você é a cada instante.
Durante o dia, nosso “eu” consciente é fruto dessa complexidade neural. À noite, quando a interação dos neurônios muda, desaparecemos. É só quando acordamos e a “ola” acaba que voltamos ao nosso ritmo habitual. Quem você é depende do que seus neurônios fazem, segundo a segundo.
Imagine que você vê vários pigmentos coloridos aleatórios em um pedaço de tecido. Normalmente, isso não despertaria nenhuma lembrança. No entanto, se esses pigmentos seguissem o padrão de uma bandeira nacional, a sua percepção seria completamente diferente. Provavelmente despertaria outra reação.
Uma bandeira nacional tem um significado pessoal para sua história e experiências. Isso mostra que você não percebe os objetos como eles são, mas como você é. E todos nós temos trajetórias próprias, ligadas aos nossos genes e experiências.
Por isso, cada cérebro tem uma vida íntima distinta. Eles são particulares como flocos de neve. À medida que novas conexões se desenvolvem e se reformulam completamente, o padrão que surge é sempre inédito.
Jamais existiu e jamais existirá alguém como você. Sua experiência de consciência é única. Somos uma obra permanentemente em progresso.
Desde o momento em que acordamos, somos cercados por uma avalanche de luz, cheiros e sons. Sem qualquer esforço, nossos sentidos são inundados por estímulos. A questão é que nada disso garante que o que estamos vendo, ouvindo ou experimentando realmente faz parte do mundo em si.
Parece que temos acesso direto ao mundo por meio dos sentidos, mas eles não são experiências diretas. As cores, sons, texturas e aromas ao nosso redor fazem parte de uma ilusão. São um espetáculo criado por nossos cérebros. Se você pudesse ver a realidade como ela realmente é, ficaria chocado com seu silêncio e apatia — sem cor, cheiro ou sabor.
Fora do cérebro, só há energia e matéria. Durante a evolução, nosso cérebro desenvolveu a capacidade de transformar os elementos básicos da realidade em uma rica experiência sensorial. Temos a impressão de que as coisas acontecem na realidade, mas elas se dão no centro de controle cerebral.
Já passamos da metade do microbook e o autor conta que nossa imagem do mundo não é uma representação exata. Nossa percepção de realidade tem menos a ver com o que acontece lá fora e mais com o que acontece dentro de nosso cérebro.
Você pode estender a mão e tocar o smartphone que usa para ler este texto, mas o tato não é uma experiência realmente direta. Ainda que pareça ocorrer em seus dedos, ele ocorre no centro de controle do cérebro. O mesmo se dá com todas as experiências sensoriais. A visão não acontece nos olhos ou a audição nos ouvidos. Tudo vem de tempestades de atividade neural.
O cérebro não tem acesso ao mundo. Ele jamais viverá a realidade. Nossos olhos, ouvidos, nariz, boca e pele agem como intérpretes. Eles detectam as fontes de informação e traduzem em sinais eletroquímicos, que correm pelas redes neurais das principais células sinalizadoras do cérebro.
O que vemos sofre uma forte influência das expectativas e da forma que o cérebro assimila o mundo. Imagine que você pega um celular para filmar uma paisagem. No entanto, em vez de correr a câmera suavemente pelo cenário, decide movê-la bruscamente. Perceberia, então, que o vídeo se tornou impossível de assistir. É assim que nossos olhos se movem.
Experimente mover uma câmera como move seus olhos. Eles saltam cerca de quatro vezes por segundo, em movimentos inconscientes chamados “sacádicos”. Se você filmasse algo dessa forma, assistiria a um vídeo confuso, cheio de solavancos rápidos.
O mundo só parece estável porque o cérebro segue o pressuposto de que ele é. Os olhos não são câmeras de vídeo. Eles reúnem fragmentos de informação para alimentar o modelo interior que já existe lá. É por isso que quando andamos pelas ruas de uma cidade, nosso cérebro parece automaticamente saber o que são as coisas sem elaboração.
As cores são um traço fundamental de tudo o que enxergamos. No entanto, elas não estão de fato no mundo exterior. Quando a radiação eletromagnética atinge algo, parte dela é ricocheteada para nossos olhos, e podemos distinguir entre várias combinações de comprimentos de onda. No entanto, é só dentro do nosso cérebro que qualquer uma dessas combinações se transforma em cor.
Uma cor é uma interpretação interna dos comprimentos de onda. Isso fica ainda mais estranho porque os comprimentos fazem parte da “luz visível”, um espectro mais curto, que vai do vermelho ao violeta. Só que essa é só uma fração.
Essa fatia do espectro eletromagnético é só uma parte em dez trilhões. Todo o restante — que inclui ondas de rádio, microondas, raio-X, conversas no celular e por aí vai — está fluindo por nós nesse exato momento e não podemos ver ou sentir. A fatia de realidade que conhecemos é apenas uma limitada fração.
Cada criatura capta sua faixa de realidade. Os carrapatos detectam a temperatura e o odor corporal. Os morcegos, a ecolocalização das ondas sonoras. Os peixes famasmas-negros, por sua vez, identificam as perturbações nos campos elétricos. Essas são as únicas faixas de realidade com as quais eles têm contato.
Ninguém experimenta a realidade objetiva: cada criatura percebe só o que foi evoluída para perceber. Mas cada uma delas presume que sua realidade é tudo o que existe. Isso também acontece conosco. Não paramos para pensar que existem mais coisas além do que podemos perceber. Há um mundo diferente fora da nossa cabeça.
Além de não ter cor, ele também não tem som. “Som” é como chamamos a compressão e a expansão do ar captadas pelos ouvidos. Também não há cheiros. As moléculas que flutuam no ar se ligam aos receptores do nariz e são convertidas em aromas. O mundo real não tem eventos sensoriais: nosso cérebro é que preenche o mundo com sua sensorialidade.
Gastamos muita energia tentando tomar decisões que presumimos ser necessárias. Para andar na linha, recorremos à força de vontade. É o que nos permite cumprir um prazo ou não furar a dieta.
Também sabemos os momentos em que ela está baixa: depois de um dia difícil no trabalho, por exemplo. É nesses momentos em que tomamos más decisões. Por exemplo, comer além da conta ou maratonar séries na televisão, em vez de praticar atividade física. O problema é que autocontrole requer energia. Isso significa que, quando o exercitamos, temos menos energia para a próxima coisa que queremos fazer.
É por isso que resistir às tentações ou tomar decisões difíceis são ações tão desgastantes. A força de vontade não é algo que simplesmente colocamos em prática, ela é um recurso que se esgota. Precisamos escolher com cuidado aquilo em que investiremos nossa força de vontade e moderar as expectativas sobre nosso poder de autocontrole.
Considerando a facilidade com a qual podemos ser enganados, não é uma hipótese tão fantástica assim pensar que estamos vivendo em uma simulação, como a apresentada no filme Matrix. Todas as vezes em que dormimos, acreditamos fazer parte da realidade dos sonhos.
Há 2,3 mil anos, o filósofo chinês Chuang Tzu sonhou ser uma borboleta. Ao acordar, passou a se perguntar como poderia se certificar de que era mesmo Chuang Tzu sonhando ser uma borboleta ou se, no lugar disso, era uma borboleta sonhando ser Chuang Tzu.
O filósofo René Descartes levantou uma versão distinta do mesmo problema. Ele se perguntou como poderia se certificar de que não era apenas um cérebro em uma cuba, com alguém estimulando-o da forma exata para fazê-lo acreditar que estava no presente, vendo o mundo da época e conversando com as pessoas. A conclusão do filósofo é que simplesmente não há como saber.
“Cérebro: uma biografia” explorou principalmente nossas ilusões sensoriais e nosso déficit de contato com a realidade. O autor nos fez questionar a credibilidade do que vemos e repensar o poderoso mecanismo de interpretação do mundo que o nosso cérebro possui.
Podemos tirar o cérebro do “modo padrão” e treiná-lo para desenvolver um poderoso poder de atenção. Em “O cérebro e a meditação”, Matthieu Ricard e Wolf Singer usam suas diferentes expertises para debater sobre o papel da meditação no cérebro. Veja no 12min!
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David Eagleman é neurocientista e professor d... (Leia mais)
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